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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

DIÁRIO DE UM PARAENSE

Um dia eu tava buiado, pensei em ir lá em baixo comprar uns tamatás. Tava numa murrinha, mas criei coragem, peguei o sacrabala e fui. Infelizmente cheguei tarde e só tinha peixe devagar. O maninho que estava vendendo tinha uma teba de orelha que mais parecia um abanador de procissão do círio. E num é que o gala-seca espirrou em cima do tamatá do cara que tinha acabado de comprar? Ficou tudo cheio de bustela! Não é potoca, não. O dono do tamatá muquiou o orelha-de-nós-todos, mas malinou mesmo.
Saí dalí e fui comer uma unha. Escolhi uma porruda! Égua, quase levei o farelo depois. Passei foi mal. Mas também...parece leso, comprar uma unha no veropa! Comprei também uns mexilhões, um cupu e um pirarucu, que tava só o filé mano, apesar de um pouco pitiú.
Depois dessa aventura, fui pra parada esperar o busão, onde também estavam duas pipira fazendo graça. Eu pensando com meus botões: Já querem!... Mas aí num demorou muito, veio um Paar-Ceasa sequinho e elas entraram...Fiquei na roça. O sacrabala veio logo em seguida, lotado até o talo, e pra piorar ainda começou a cair um toró du cacete. Égua-muleke-tédoidé, pense numa situação escrota. Então eu pensei comigo mesmo: éguaaaaaaaa, vo já mimbora daqui.
Por causa da chuva, o vidro do bonde tava fechado. Aí tu ja viste ne? Começa aquele calor muito palha. Uma velha tava quase despombalecendo. Aí o velho que tava com ela começou a ficar aguniado e gritava que só: ARREDA!! ARREDA aí menino pra senhora sentar aí do teu lado. O menino falou: Humm tá, cheiroso!... A mãe do menino na hora deu um pescotapa nele, acrescido de uns cascudos. Ainda deu uma senhora mijada! Mas deu-lhe que só nele...deixa de graça muleque, respeita os mais velhos seu malcriado, se continuar nessa tua pavulagem, vou te dar logo um tubão.
- Bora logo, levanta aí pra senhora sentar, chispa, chispa... Ele ficou mufino disque, mas saiu rapidola.
Cheguei em casa tardão, meu irmão já tinha capado o gato. De rocha, fiquei foi muito puto. Tava brocado, ele disse que ia fazer uma parada pra eu comer e nem fez nada. Aquele filho duma égua vazou e me deixou aqui varado de fome. Mas deixa estar, ele tá lascado na minha mão.
De repente ele voltou, todo ralado. Perguntei o que foi, e ele disse que tinha caido da bike. Daí eu disse: toma-te! Toma-lhe-te! Bem feito, quem manda ficar levando essas pipira pra passear no varão. Mas ele só passou uma água e foi simbora de novo. Aí eu gritei: só te digo, vai. Vai pra tu ver. Diaxo!
O jeito foi tentar dar a forra. Me abicorei e tomei um açaí que me deixou todo arriado numa rede. Depois, eu achei que minha broca ia simbora. Mas quando, já! Continuei com fome depois. Mas como num pode misturar açaí cum manga, porque senao o bixo fica todo muído, fiquei deitado, esperando o açaí descer pra eu poder comer a manga.
Nessas horas que tava descansando, rá tava cum vontade de da-lhe uma vuadeira na cara do zé ruela que espirrou no meu peixe, porque foi muita fuleiragem dele deixar meu peixe daquele jeito. De rocha, já to ficando é puto com essa galera pilantra que pensa que é fácil me dá o disdobro.
Mas, eu sou um caboco gente fina, num sou nem afobado, sou só a polpa da bacaba, papo real. Agora só quero me embuletar aqui na minha redinha, descansar e assisir meu metendo bronca sussegado.
De rocha mano, na moral!

Um comentário:

  1. Caros amigos da DP
    Muito bom o diário paraensês. Vcs estão elevando a cultura do nosso Estado, continuem postando coisas desse jeito. ANA JÚLIA E DILMA NO 1º TURNO.

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